terça-feira, 15 de março de 2011

Primeira Aula

Os dois filmes que não deu tempo de mostrar:
O Quarto do Filho
de Nanni Moretti.
Valentin de Alejandro Agresti.

Vale a pena ver... especialmente Valentin!
É um filme delicioso com grandes atuações!

Podem também levar uma cópia do filme que escolheram
para vermos os MOMENTOS juntos na aula que vem!

Sobre a DESCRIÇÃO que pedi....

Pensem que estão criando a rubrica, uma narração deste corpo, para vocês ¨ROUBAREM¨ ele.

Vocês pegam ¨pedacinhos¨ dele...
Os detalhes são importantes...
E a maneira como descrevem, o jeito - as vezes poético, as vezes objetivo, as vezes fazendo metáforas (¨como se fosse¨), analogias com coisas de vocês ... é criação!

Dividam o corpo... reparem nos olhos, mãos, no tônus, no tempo e no desenho do movimento....

E procurem ¨ouvir também o pensamento¨...

Tem ¨fala interna¨ neste corpo?..
¨Idiota, Sai daqui, não quero mais ver você¨...
¨Estou tão triste¨, ¨Não sei porque não consigo¨...

São falas ¨não ditas¨ deste corpo...
O que não se diz?
Coloquem no texto.

Fixada a RUBRICA (pode ser oito, dez linhas), a segunda etapa é MEMORIZAR.

Memorizamos com a repetição destas palavras escritas!
Igualzinhas... até saber ¨de cór¨,
não mais precisar olhar no papel,
poder reescrever sem pensar, sem parar...

Aí vamos brincar em cena...
com novos elementos no arranjo!

Pensem em OBJETOS e/ou MÚSICAS e/ou ESPAÇO.

Estes materiais são ¨outra coisa¨
(não precisam estar na cena descrita).

O princípio é o do ARRANJO.
Como se junta notas, como se junta tintas...
como cozinhar... pegamos um pedaço de cada lugar!

Sobre as IMAGENS INTERNAS, não se preocupem com isso...
Durante a memorização ¨aparecerem¨ IMAGENS... e é legal anotar.

São segredos. Ninguém vê. Só o ator (não precisam me contar)...
É como estar sonhando acordado... é um devaneio.

Um exemplo de sustentação do corpo com uma imagem interna é quando pensamos em alguém que a gente gosta... e o corpo se enche de sensação... é o mesmo princípio: uma visualização!

Bom trabalho!!
Bj! Rejane.

4 comentários:

  1. legal, rê!!!
    vou seguir pelo o que vc escreveu, esclarece e me faz lembrar de tudo o que vc disse ontem!!

    bjs

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  2. Rejane, estou confusa em relação a fala, a partitura é feita apenas dos movimentos corporais? Sem as falas? O que eu vou reproduzir são os movimentos exatos escritos e estudados pela minha partitura? A partitura deve seguir a partir da cena escolhida independente se há outros personagens que contracenam com o corpo escolhido?

    Não sei se fui clara nas poucas perguntas que lhe fiz...

    obrigada
    bjs

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  3. Hummm, importante! Não estava no inicio do encontro.
    Entendi tudo muito melhor agora!

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  4. Ju, imagina que você vai tocar piano.
    Você pode tocar com duas mãos ou com uma.
    Com uma mão você tocaria uma voz - uma cadeia de notas, ou seja, de descrições de corpo...
    Com a outra você tocaria a fala interna - o silêncio daquele corpo evoca para nós pensamentos... há uma ¨intenção¨ por trás do corpo - e é essa que a gente verbaliza (em uma outra cadeia... uma outra voz).
    Estas duas cadeias se combinam, se revezam, se substituem... de maneira que criam ritmo, música... e você dança com elas.
    É isso.
    Trabalhar com duas cadeias entrelaçadas.
    Apenas, a cadeia da VOZ INTERNA, ou da FALA INTERNA precisa ser o mais concreta possível.
    Ou seja são palavras curtas que realmente te estimulam.
    Não sei que associações a cena vai trazer pra você... mas costumo lidar com a fala interna como algo extremamente íntimo, que eu não conto pra ninguém... um eco de uma voz minha, profunda, que contém o que quero falar e não falo, e engasgo... algo extremamente meu e precioso.
    Formular a fala interna é como um direito a ser exercido... um direito de usar a sua própria voz, a sua voz mais íntima.
    Não sei que palavra (porque você tem que inventar)...
    Dependendo da cena eu uso muito palavras como: Idiota!! Idiota!! Sai daqui!! Não quero!!
    São palavras fortes que me tomam de sensação, que me trazem o afeto, trazem o afeto pro corpo.
    Mas pode ser qq coisa.
    Pode ser ¨hummmm¨, ¨Ahhhhh¨.
    O interessante é quando se chega a uma certa repetição - e a palavra interna que se repete, fica se intrometendo na cadeia da descrição do corpo... então há o revezamento e o ritmo.
    Enfim, este sistema de criar partituras pela escrita e memorizá-las... é algo íntimo e na verdade cada um vai encontrar um jeito de executar. Vamos nos deparar com variantes.
    Mas o princípio é este:
    são duas mãos no piano que tocam juntas e se completam!!
    .
    Sobre a questão do outro - da presença do outro - seria muito interessante você se apropriar, sim, desta presença e descrever as sensações, os detalhes desta presença no teu corpo - e depois fazer a cena sem ela - apenas com a descrição mas sem a presença objetiva de alguém diante de você. Podemos experimentar...
    .
    Se tiver mais alguma questão não se preocupe... pode colocar!
    Bj. Re.

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