quarta-feira, 30 de março de 2011

Para a aula que vem

Pontuando: refazer o pré-jogo com o que criamos na aula passada Ok?
Por escrito.... e podemos deixar ele quietinho para nos preocuparmos com a fala externa!

Na aula que vem este será nosso objetivo: trabalhar fala externa!
Precisam escolher um trechinho...
e memorizar, sozinho (pela escrita... até a psicografia).

Para os nossos exercícios, Ok?
Algumas sugestões para vocês abaixo!
São sugestões, apenas, é importante que vocês achem as de vocês,
mas fiquem a vontade para pegar daí se gostarem de algo...

O último trechinho está em inglês.
É do filme Confiança, do Hal Hartley.
Quem se aventurar pode traduzir...
ou até memorizar em inglês, para quem tem intimidade com a língua.

SUGESTÕES:

Foi a última vez. Isso já faz uns dois anos. Mas eu lembro de cada palavra. Eu não sei quem é meu pai. Eu vou juntando pistas, na esperança de conhecer um pouco mais. Teve um dia que ele chegou depois de muito tempo fora. Minha mãe tava dando uma festa. Sabe como é, meu pai chegou, ela tava sentada no colo de um cara... ela pulou do colo do cara como se tivesse uma mola no traseiro (...). Ele deu um beijo no rosto dela. E colocou ela de volta no colo do cara. Pegou uma cerveja na geladeira e foi pro quintal (...). Ficou lá, sentado no balanço. Eu nunca sei o que meu pai tá pensando. Tem pessoas que a gente sabe, né? É só olhar pra cara delas e você sabe o que elas estão pensando. Minha mãe é assim. Eu sempre sei o que ela vai me falar. Eu nunca sei o que você tá pensando (Homens, Santos e Desertores - Mario Bortolotto)

Ele tinha uns olhos verdes lindos! Foi então que percebi que ele era o homem de minha vida, sabe? Mas eu não podia sair com ele, porque ele andava mal vestido e meu pai não gostava dele. Mas ele vinha toda sexta-feira e ficava sob meu quarto. Eu via que ele estava ali porque ele acendia um cigarro. Via a luzinha que fazia assim e sabia que era ele. Não falávamos, nem nada. Mas um dia, eu voltava do centro, não estava esperando e, de repente eu o vi, o encontrei. Então ele me disse coisas muito bonitas, que eu era muito linda e tudo. E pegou minha mão. Eu ainda me lembro de quando ele me tocou aqui e me deu um beijo, mas um beijo na boca. Eu estava completamente louca por ele e percebi que tinha de ir embora com ele. Subi até meu quarto, peguei minhas coisas e fui embora com ele. Ele morava mal. Morava numa pensão pequenina. Nem banheiro tinha! Não tinha banheiro! Eu estendia o varal para pendurar a roupa, e ele pendurava ali as fotografias. Imagine. E que cheiro naquele quarto! E aí, nesse quarto, foi onde você nasceu. Além disso, a luz acabou, nessa noite. Foi preciso acender velas. Eu sentia muitas dores. Muitas dores. Mas ele, seu pai, ele me amava muito. Ele pegava minha mão e dizia: ¨calma, menina, calma, calma¨. Aí eu não sentia mais dor. Quando ele me olhava, me beijava e me acariciava, eu não sentia dor. Eu gostaria tanto que ele estivesse aqui. Sabe que sinto muita saudade dele? E agora, estou muito só. Não, porque tenho você, mas... estou muito só. Você verá quando, um dia, encontrar uma garota que você ame. (Valentin, 00:04)

Eu lhe trouxe uns pesos, o que você quer. Este seu batom está lindo, ãh (...) Está linda! Coisinha, está linda! A vovó não está linda? Não está linda, a irritadinha? Veja como ela ri. Veja como ela ri. Você é uma dengosa. Banca a durona, banca a importante. Ela banca a estrela de cinema. O que eu queria te dizer é que esta moça, com quem eu saio, é uma nova relação. É uma relação que recém começa mas que avalio com potência. (...) Ela é loira. É uma moça muito trabalhadora. 22 anos. (...) O que você quer? Que eu saia com um maricas? (...) Não há homens, não há homens. Eu me conservo bem. Sou um sujeito sério. Pensa que se acham homens como papai, como vovô? Não se consegue mais. São todos cabeludos, todos sarnentos. As garotas... você, hoje, diga a verdade... se tivesse a idade delas... o que você preferia... Sair com um tipo como eu, ou com um rapaz de 20 anos, que passa o dia todo com a guitarra elétrica? (Valentin, 00:15:34)

Sabe do que eu gosto, por exemplo? Gosto das mulheres que têm boca bem, bem cheia, entende? E os olhares. Porque não é só o seio. As mulheres são outras coisas também. (...) A nádega é muito importante (Valentin, 00:28:31)

Estava pensando na música (...) E que você não canta mais (...) Por que não canta pra mim um dos tangos que cantava? (...) Cante. Esse triste. Esse triste que cantava tão bem (...) Sim, por favor (Valentin, 00:56:34)

Ouça. Você tem música. Em suas veias. Em seu corpo todo. Todos os lados. Está sobrando música em você. Por aqui, por aqui. Por todos os lados. Você é músico. Faz três semanas que vem aqui. Só isso. Já quer ser Rubinstein? Tocar obras de Brahms? (...) Essa é ela. Você é ótimo. Se lembrava. Veja. Gosta? (..) Sim, de verdade te pergunto. (...) Sabe de uma coisa? Vá tocar piano no inferno. Não lhe dou mais aula (...) Não se faça de bonzinho agora. Não se faça de amiguinho. Ela me deixou. Foi embora. Sim, foi embora (...) Pronto. Não quero mais falar do assunto (...) Não, com outro, não. Quem dera tivesse sido. Seria mais fácil. Mas não. O pior é que me deixou para ficar sozinha, totalmente sozinha, pra ficar sem mim (...) Isso mesmo. Isso mesmo. Está demonstrado. Não pode ser de outro jeito. Os homens são muito mais românticos que as mulheres (Valentin, 00:43).

(...) Hum. Está me gozando? Está me gozando? Está me gozando? (...) Eu pensei... eu pensei o quê? Quem é esse médico que você trouxe? Hum? Quem é? Quem é esse doutorzinho que você trouxe? Você quer ajeitar tudo mas o papai é o adulto aqui. Você quer me fazer bancar o imbecil na frente da família. É isso que você quer. Olhe em meus olhos. É isso que quer? Fale! (...) Não queria me incomodar.... Como você é bom... No outro dia quando saiu com Letícia, de que lhe falou? O que lhe contou? (...) Sim, sim. Pense. Tente lembrar (...) O que está olhando do lado? Não se lembra? De que falou com Letícia? Falou de mim! De mim. Não se lembra? Disse a ela que eu não o deixo ver mãe. Disse a ela que eu sou um filho da puta. Você ficou sem mãe e eu fiquei sem namorada! Eu sou um imbecil. Entende? Por que eu o mandei passear com ela, droga? O que contou a ela? Quero saber o que disse a ela (...) Que eu não o deixo ver sua mãe! E sabe por quê? Porque ela é feita da mesma porcaria de que você é feito, droga de anão (...) Diga. Estou calmo. O que lhe contou? Procure lembrar (...). Eu não vou lhe fazer nada. Mas, por favor, preciso saber. O que você lhe disse? (...) Não se faça de bobo comigo! Venha aqui! Cretino maldito. (Valentin, 00:51:28)

A mulher, sabe o quê?... É como um mal necessário. (...) Se eu tive mãe? Tive. (...) Como era? Era uma coisa extraordinária. Era como uma tromba. Era... Minha mãe era... digamos, a chaleira, quando põem no fogo e ferve, terrivelmente. Saíam fogos pirotécnicos, uma força... assim, tremenda. Ela me ensinou a tocar piano. Tinha uma alegria que transbordava, como que supurava... tremenda. Eu me lembro que ela ria... E se ouvia assim nos corredores. Eu ouvia. Como uma cantora de ópera. (...) Como se chamava? Se chamava Marta. Era judia (Valentin, 00:5926)

Eu me enganei com o seu pai. `As vezes, não se sabe como é a outra pessoa. Porque leva tempo pra conhecer (...) Não, não posso. Não é assim. Não posso voltar com seu pai. (....) Não, não saio com ninguém. Não sou assim. Eu tinha me apaixonado por seu pai. Até me dar conta que era tudo uma ilusão. Algo que eu tinha inventado, entende? (...) Eu quero me apaixonar. Todos buscamos essa pessoa para estar junto, para se proteger, para amar. Mas é muito difícil encontrar, sabe? (Valentin, 01:05:15)

Senta-te lindo. Há uma senhora, sabe? Ela mandou isto para você. Ela lhe disse para lhe dar. (...) Ela está bem. Ela me disse que soube da sua avó e que o ama muito. (...) Quem sou eu? Ninguém, querido. Leve a camisa, está bem? (...) Ouça, garoto. Eu saía com sua mãe, sabe? Agora, nós nos vemos `a vezes. O que mais quer saber? (...) Ouça, garoto. Sua mãe sofreu muito, sabe? Eu sempre venho aqui, vejo você passar e, depois, conto a ela como você está. Ela está melhor agora. Sabe? Mas seu paizinho... seu pai... Ela ficou muito mal. Quando digo que ficou muito mal, digo.... Que ficavam em cima, sabe? Digo que... dava medo sair na rua. Digo que... sua mãe adora você, sabe? Ela sempre vai ser sua mãe. Ela... agora está se recuperando para ficar linda e forte, sabe? (Valentin, 01:14:10)

You know, I˙m looking at this guy, right? And I looked at him a lot before. So now I know that I˙ve got this little piece of him actually in me. Physically in me. And it makes me feel completely different. I don˙t know, special or something. And so I˙m talking to him. I˙m talking to him and I realize… I˙m talking to him and I realize that he doesn˙t even see me. And I wonder what it was he was seeing when he did this. I go over it in my head and I know now what he˙s seeing. It˙s really simple. He˙s seeing my legs. He˙s seeing my breasts. My mounth. My ass. He˙s seeing my cunt. How could I have been so stupid? That˙s really all there is to see, isn˙t it? (Trust, de Hall Hartley, personagem: Maria).

Foi a

1 comentário:

  1. Curti muito os textos do Valentin, mas meu, o que é esse último texto, puta que pariu!!!

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